No princípio era o
Verbo. Temos vários, porque já temos juntos uma história. Parte
dela já devidamente aberta e outra, tão forte que guardamos apenas
para gente.
Abro a foto que
estava guardada no computador. Observo a nossa felicidade e isso
também me faz feliz. Você também me parece muito feliz.
A imagem me ajuda.
Os momentos mais felizes são tão intensos que percebo um mecanismo
de esquecimento em mim. Isso me frustra, pois seria melhor se eu
pudesse me lembrar, dentro de mim mesmo, sem ter que apelar para um
outro recurso. Um recurso fora de mim.
Penso em algo que
pudesse me conectar com aquele dia, mas na memória tudo se parece
turvo. Como foi aquele dia com detalhes? Sou incapaz de responder. Eu
me lembro de nós dois, perto da água, rindo. E eu fazendo zilhões
de fotos.
Porque ao invés de
querer de fazer do passado um eterno instante, eu não me torno feliz
na sua imortalidade passageira, aquela que depende de eu estar vivo
para existir? E mais que instantes, mais que possibilidades futuras,
mais que respostas sim e não, mais que possibilidades, eu
simplesmente relaxo e penso no que você representa para mim?
Mesmo sendo uma
sucessão de imagens quebradas, sobreposição de pessoas,
sobreposição de sentimentos.
Mesmo que por um
instante...
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