terça-feira, 7 de abril de 2015

XVIII- Susto

Uma coisa que sempre me amedronta: levar sustos.

Eu me lembro de passar por uma rua em São Paulo e já de cara tapar os ouvidos ao passar em frente a uma casa, onde haviam cachorros que latiam alto e sempre me davam um susto. Aquela surpresa, passando ali de madrugada era algo que, após o susto, me irritava.

Aí sei que em vários lugares fazia o mesmo. Especialmente com ruídos de cachorro.

Depois que me mudei para o interior, tive que aos poucos aprender a conviver com os cachorros, especialmente aqueles que ficam soltos pelo mato.

Mas não é só com o bichinho que isso acontece. Fogos de artifício e bexigas de aniversário estourando me causam sensação parecida.

No caso dos fogos mudou um pouco. Continuo odiando aqueles morteiros que sempre tem um Zé Mané que explode quando seu time ganha ou no ano novo. Pior que aquilo é, de fato, perigoso e traz riscos. Com os fogos em si já nem tanto. Talvez pelo fato de que em vários anos eu aprecie a passagem de ano que esse susto em si passou.

Eis dois pontos interessantes: eu tento de alguma forma domar o meu susto. Se tapo os ouvidos é porque tive a certeza de prever aquele acontecimento ruim (o latido dos cachorros) e evitar que o primeiro latido me tire do meu eixo. No caso dos fogos, consegui de alguma forma ligar isso ao prazer.

Daí onde concluo que, esquecendo o susto e sabendo que os ruídos existem, quem sabe não vem um prazer tão maravilhoso quanto ver os fogos que brilham no reveillon?



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