sábado, 18 de abril de 2015

XXIX- Ausência

Por duas vezes fiquei um bom tempo sem ter um computador por perto. E naqueles momentos o que mais sentia falta era simplesmente de ter um Word da vida para digitar os meus textos.

A falta de internet me fez ter mais tempo para pensar nas coisas. E minha cabeça nesses momentos tinha muitas ideias. Tenho cadernos velhos com textos escritos, alguns já digitados, outros não.

Sempre pensei: nossa, quando tiver de novo com um computador novo, vou escrever muito. E isso não aconteceu.

Aí hoje acabo de ver um filme em que entre tantas coisas, mostra como um casal que vivia brigando, com o marido que batia na mulher entre tantas outras violências, acaba ficando mais próximo quando o filho desaparece. A ausência dele os aproximou. Claro que não estou aqui para defender violência, mas a fala da personagem principal chama a atenção: "só mudaram porque eu não estava presente, estavam mobilizados pela dor".

Talvez a ausência das coisas faz sentir certas dores. E aí acaba movendo a fazer outras ou permite que os olhos passem a perceber o que outrora não era notado. Assim como eu em relação a minha própria imaginação. E escrever é, sem dúvida, a coisa que mais gosto de fazer.

Fica um pensamento importante para esses e outros dias, já que quando eu terminar meu último texto, estará próximo de uma efeméride de uma grande ausência na minha vida: o que fazer com essa e outras ausências? O que poderei criar?


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