terça-feira, 21 de abril de 2015

XXXII- Padrões

Hoje de tarde fui fazer um pudim. E eu estava muito preocupado em não estar seguindo corretamente a receita, quando a pessoa amada me diz: você se preocupa muito com o padrão das coisas. Acabou que no fim nós dois juntos fizemos uma receita ótima de uma maneira diferente da habitual: o invés de fazê-lo no forno, ele foi feito no fogão.

Mais tarde um rapaz evangélico me diz que o "homossexualismo" é pecado. Ele faz todo um malabarismo, dando um ar científico às questões religiosas. Diz que se diferencia dos seus pares por não achar que os direitos devem ser negados, que homossexuais deveriam sofrer qualquer forma de violência, mas constrói um malabarismo para dizer que a Bíblia diz que é pecado.

Interessante ver como são padrões e uma necessidade de seguí-los, de mantê-los à risca. No meu caso com a receita eu tenho uma explicação que consigo entender: sigo as receitas que me foram ditas por insegurança. Quando eu desconheço um determinado prato, a maneira como ele é feita, enquanto eu não a domino, eu prefiro seguir a receita. E quando eu já entendo como posso fazê-la, aí sim me sinto seguro para poder modificá-la. Fico mais à vontade.

Penso no rapaz que fala sobre o que é ou o que não é pecado. Não quis entrar no mérito da religião dele, pois penso duas coisas: uma é a liberdade de religiosa e outro é até que ponto essa liberdade fere dos direitos de alguém. Pelo menos ele se mostrou interessado em saber mais, se abrir mais. Se ele estiver de coração aberto.

No frigir dos ovos, a visão dele sobre as orientações e identidades sexuais cabe a ele perceber.  A mim, cabe quebrar com certos padrões e por outro lado ficar mais fortalecido, pois há pessoas querendo impor os seus, para as outras


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